Edição.11 - Catalisando a Economia
Com nossas próprias mãos.
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11. Introdução
Salve.
Hoje trago um tópico sério.
Em um tom sério e objetivo.
Como vimos na "MetaNews.1 - March Digest", o Newsboy nos trouxe um artigo sobre a crise climática.
Esta edição, no entanto, não será uma palestra sobre por que precisamos ser mais conscientes em relação ao planeta Terra que estamos deixando para as futuras gerações.
Um slide do Relatório de Síntese AR6 anexado na Metanews.1 já diz tudo: "Nossas escolhas repercutirão por centenas, até milhares de anos."
Com base na minha experiência, as pessoas tendem a ter duas perspectivas diferentes sobre uma frase como essa:
a) "Não tenho tempo para pensar em solo saudável para cultivo de alimentos daqui a cem anos. Preciso fazer algo que me traga lucro agora, porque estou vivo agora e meu negócio precisa de fluxo de caixa agora, porque preciso pagar meus funcionários agora, caso contrário, vou à falência agora."
b) "Já passou da hora de agir. Considere-me alistado para a batalha."
Este artigo é principalmente para os A's, mas por favor, permaneçam por aqui, B's.
Porque, no final, todos serão capazes de entender que salvar o planeta Terra será a verdadeira fonte de lucro para empresas na maioria das indústrias nos próximos anos.
Não porque sem o planeta Terra não haverá lugar para lucrar ou... viver, mas simplesmente porque pensar de forma sustentável e compensar a própria emissão de carbono fará com que sua empresa não apenas sobreviva ao que está por vir, mas também seja lucrativa de muitas maneiras diferentes.
Tornarei então minha missão provar tudo isso abaixo.
O seguinte pode ser intrigante, mas entender a dinâmica por trás da compensação de carbono e do mercado de carbono será essencial. Por favor, tenha paciência comigo, leitor.
O que temos hoje são indústrias, dispositivos eletrônicos, desmatamento, pecuária, transporte, gestão de resíduos e muitos outros setores que consomem energia elétrica derivada de combustíveis fósseis feitos com compostos de hidrocarbonetos, aumentando perigosamente o suprimento de dióxido de carbono (CO²) na atmosfera e deteriorando o clima ao fazê-lo.
Consulte o diagrama anexado para ter uma imagem mais clara. Baixe o PDF para obter a resolução completa.
A queima de combustíveis fósseis é uma importante fonte de emissões de CO2 causadas pelo homem, que contribuem para o efeito estufa, o aquecimento global e as mudanças climáticas.
Mas por que precisamos queimar combustíveis fósseis? Porque precisamos de energia.
O carro que você dirigiu hoje precisava de combustível para funcionar.
O computador que você usa para trabalhar precisa de energia elétrica para funcionar.
A tomada que você usa para carregar seu telefone está conectada a uma infraestrutura elétrica pública que armazena energia elétrica para abastecer cidades.
A energia elétrica, armazenada nessas infraestruturas, alimentando sua casa, seu escritório, seu supermercado local, as indústrias do seu país e a tomada do seu telefone são geradas por combustíveis fósseis, que são uma fonte não renovável.
Globalmente, uma estimativa aproximada seria que 80-85% de toda a energia produzida hoje vem dessas fontes não renováveis (combustíveis fósseis).
Enquanto isso, 15-20% vem de fontes renováveis, como energia solar, energia eólica, energia hidrelétrica, energia geotérmica, energia de biomassa, energia maremotriz e energia das ondas.
Portanto, há um excesso prejudicial de dióxido de carbono (CO²) na atmosfera e está aumentando enquanto você lê isso.
Aqui está a virada da chave.
Os economistas dizem: "A oferta cria sua própria demanda".
Mas isso não se aplica a esse recurso tão necessário do qual estamos falando.
Por quê?
Porque não há demanda por mais oferta de Dióxido de Carbono (CO²).
Também não há demanda por mais oferta de Oxigênio (O²).
A produção de (CO²) não diminui a quantidade de (O²) na atmosfera.
Não precisamos de mais (O²) na atmosfera, apenas precisamos de menos (CO²) na atmosfera.
Isso essencialmente significa que.
O verdadeiro recurso é a "Remoção de (CO²)"
A oferta é a "Remoção de (CO²)"
E a demanda é pela "Remoção de (CO²)"
Resumindo:
A escassez de um suprimento/recurso comum aumenta seu valor e demanda.
Enquanto o excesso de (CO²) aumenta o valor e a demanda por sua remoção.
A dinâmica para este recurso é invertida porque estamos produzindo mais do que deveríamos e prejudicando o meio ambiente ao fazer isso.
O recurso "Remoção de (CO²)" é conhecido por dois nomes distintos: "Compensação de Carbono" e "Remoção de Carbono", esses são conceitos relacionados, mas distintos, mas não vou falar sobre isso nesta edição.
Ambos geram Créditos de Carbono, que podem então ser negociados ou vendidos por moedas FIAT para empresas, indústrias, governos ou até mesmo organizações não governamentais que precisam compensar suas próprias emissões.
11.1 Recursos
Os ativos valiosos do comércio humano.
Agora precisamos entender por que este recurso que acabamos de discutir é tão importante neste momento. Para isso, vamos mergulhar no conceito de "recurso".
Um recurso é um termo usado para descrever qualquer coisa útil ou valiosa para indivíduos ou organizações e, por causa disso, são utilizados para trocas, vendas e compras.
Podemos categorizar todos os recursos econômicos em duas categorias: recursos materiais e recursos intangíveis. Alguns exemplos estão abaixo.
Recursos materiais
Recursos naturais (por exemplo, petróleo, carvão, minerais, água)
Recursos agrícolas (por exemplo, culturas, gado)
Recursos feitos pelo homem (por exemplo, edifícios, máquinas, infraestrutura)
Recursos energéticos (por exemplo, combustíveis fósseis, fontes de energia renovável)
Recursos financeiros (por exemplo, dinheiro, ações, títulos)
Bens de consumo (por exemplo, alimentos, roupas, eletrônicos)
Recursos intangíveis
Propriedade intelectual (por exemplo, patentes, marcas registradas, direitos autorais)
Capital humano (por exemplo, habilidades, conhecimento, experiência)
Reputação e valor da marca
Cultura organizacional
Relacionamentos com clientes e fornecedores
Informação, dados e ferramentas digitais (por exemplo, software)
Direitos e proteções legais (por exemplo, contratos, licenças)
Agora vamos hipotetizar os principais recursos que alimentaram o crescimento econômico na sociedade ao longo dos últimos 10 décadas:
Década de 1900: Carvão (Recurso Material)
Década de 1910: Produção de guerra (Recursos Materiais)
Década de 1920: Automóveis (Recursos Materiais)
Década de 1930: Projetos de infraestrutura (Recursos Materiais)
Década de 1940: Produção de guerra (Recursos Materiais)
Década de 1950: Bens de consumo (Recursos Materiais)
Década de 1960: Corrida Espacial (Recursos Materiais)
Década de 1970: Petróleo (Recursos Materiais)
Década de 1980: Finanças (Recursos Materiais)
Década de 1990: Internet/Globalização (Recursos Intangíveis)
Década de 2000: Comércio eletrônico (Recursos Intangíveis)
Década de 2010: Software (Recursos Intangíveis)
Década de 2020: ?
Só consigo pensar em três possíveis rótulos para colocar na década atual: 1) Tecnologia de IA; 2) Criptomoeda e 3) Compensação/Remoção de Carbono.
(Vamos apenas esperar que não seja "Produção de Guerra" novamente.)
Todos esses recursos têm uma coisa em comum.
Eles são recursos intangíveis.
Você não pode tocá-los com as mãos.
Mas aqui está a chave de ouro.
Os dois primeiros aumentam a demanda pelo terceiro.
Preciso repetir isso.
Os dois primeiros aumentam a demanda pelo terceiro.
Por quê?
A) Porque a Tecnologia de IA e as Criptomoedas se alimentam da energia elétrica que é gerada pela exata mesma coisa que gera um excesso de (CO²) na atmosfera: combustíveis fósseis derivados de hidrocarbonetos.
B) Porque desses 3 recursos, dois deles são completamente digitais e intangíveis, mas apenas um deles, embora também intangível, está diretamente relacionado à natureza e só pode ser gerado na... natureza.
C) A tecnologia se alimenta da energia que se alimenta da natureza, que se alimenta dela mesma.
D) A tecnologia depende da natureza para existir e a natureza depende de uma atmosfera saudável para funcionar como deveria.
E) A demanda por "Compensação/Remoção de Carbono" aumentará drasticamente nos próximos anos e será por algum tempo o recurso mais valioso do mundo.
F) A recessão econômica causará mais apertos no fluxo de caixa dos governos de diferentes países, levando-os a encontrar uma nova fonte de receita.
G) Essa nova fonte de receita para os governos será a tributação das emissões de carbono. Os países crescerão fortemente ao tributar a emissão de suas corporações e indústrias.
H) A demanda por "Remoção de (CO²)" explodirá à medida que empresas em todo o mundo começarão a comprar Créditos de Carbono para compensar suas emissões e cumprir regulamentações.
I) Empresas que não conseguirem compensar suas emissões irão à falência em meio a uma inundação de impostos, multas regulatórias e opinião pública negativa.
J) Empresas que compensarem suas emissões sobreviverão e aumentarão sua participação de mercado preenchendo a demanda das empresas que não sobreviveram à transição ecológica.
11.2 A Natureza de um Ativo Intangível
É real se não pode ser pego com a mão?
Se você deseja compensar o carbono da atmosfera, primeiro deve entender a natureza desse recurso.
Porque assim como um ativo de criptomoeda (por exemplo, Bitcoin), a "Remoção de (CO²)" não é um pedaço de papel que você pode tocar com as mãos.
Ambos são dados, um conjunto de informações rastreáveis que validam o valor do recurso.
Os recursos intangíveis podem ser deflacionários ou inflacionários.
Recursos deflacionários tendem a se tornar mais escassos porque se tornam mais difíceis de encontrar e tendem a ter um suprimento finito, seu valor provavelmente aumentará devido à sua raridade. (Como terra, pedras preciosas e metais preciosos)
Recursos inflacionários tendem a se tornar mais abundantes porque podem ser produzidos ou reabastecidos continuamente, e seu suprimento pode crescer ao longo do tempo, diminuindo seu valor. Como resultado, seu valor provavelmente diminuirá ou permanecerá estável devido à sua disponibilidade e facilidade de produzir mais deles. (Como dinheiro, alimentos e bens manufaturados.)
Vamos tentar estruturar o framework por trás de um recurso verdadeiramente deflacionário e intangível: o Bitcoin.
O Bitcoin se valida como um recurso de várias maneiras:
A) OFERTA/DEMANDA: O aspecto da descentralização do Bitcoin gerou valor e demanda. A natureza deflacionária do Bitcoin faz com que sua oferta diminua automaticamente e sua demanda aumente. Até 2140, todos os 21 milhões de bitcoins terão sido minerados e eles não serão mais gerados/minerados.
B) VALOR: Natureza descentralizada; Oferta limitada; Digital e sem fronteiras; Proteção contra inflação e incerteza econômica (como ouro digital).
C) UTILIDADE: As diferentes utilidades por trás da tecnologia o tornaram inegável: Propriedade exclusiva; alcance global; pagamentos digitais; segurança; transparência; inclusão financeira; investimentos.
D) DISTRIBUIÇÃO: Um ecossistema foi desenvolvido em torno dele, e a oferta/demanda fortaleceu a tecnologia por trás dele, alcançando novas utilidades. A corretagem de criptomoedas disparou e conectou a moeda FIAT ao ecossistema, tornando possível trocar e converter o ativo em dinheiro real, em tempo real.
Agora vamos tentar aplicar este modelo ao recurso intangível sobre o qual estivemos falando: "Remoção de (CO²)".
A) OFERTA/DEMANDA: Algumas pessoas podem discordar, mas o recurso "Remoção de (CO²)" tem uma natureza tanto inflacionária quanto deflacionária. Se os esforços globais para reduzir as emissões de gases de efeito estufa forem bem-sucedidos, pode chegar um momento em que a compensação de carbono não seja mais necessária ou a demanda por ela diminua significativamente. Com isso em mente, o excesso crescente pode gerar uma demanda incessante e, no contexto da neutralização do excesso, a demanda diminuirá. (É importante notar que não há necessidade de remover todo o CO² da atmosfera, pois a atmosfera precisa de um pouco de CO² em sua composição para funcionar corretamente.)
B) VALOR: Os crescentes perigos das mudanças climáticas estão tornando o excesso de Dióxido de Carbono (CO²) na atmosfera uma ameaça imediata para a saúde da flora, fauna e sociedade. A demanda por "Remoção de (CO²)" vem da necessidade de mitigar as consequências ambientais desse excesso antes que enfrentemos mais secas, fome e desastres climáticos.
C) UTILIDADE: A utilidade por trás da "Remoção de (CO²)" é muito mais ampla do que podemos medir. Começa como um ato verdadeiramente sustentável para preservar o meio ambiente para as gerações futuras, reduzindo as emissões, mas ressoa em opinião pública positiva para marcas; conformidade com regulamentações; incentivos financeiros e uma cultura corporativa sustentável onde os funcionários encontram propósito em seu trabalho. (Você não daria o seu melhor por uma empresa que está legitimamente ajudando a salvar o planeta Terra?)
D) DISTRIBUIÇÃO: Conforme a demanda aumenta, novas infraestruturas regulatórias estão sendo desenvolvidas para validar, registrar, monitorar, verificar e negociar a "Remoção de (CO²)". Quando se trata de comércio, a compra pode vir de diferentes entidades: empresas e indústrias; governos; organizações não governamentais (ONGs); instituições educacionais; organizadores de eventos e indivíduos. Corretores estão surgindo para intermediar essas trocas por meio de processos que se tornarão mais rápidos e acessíveis a cada dia.
11.3 Geração de “Remoção de (CO²)”
Validar, registrar, monitorar, verificar, emitir, negociar e retirar.
Este pode ser o capítulo mais importante desta edição.
Farei uma afirmação bastante audaciosa porque pensei muito sobre isso.
Todo tipo de empresa pode compensar carbono e gerar "Remoção de (CO²)" ao melhorar sua cadeia de suprimentos com mecanismos sustentáveis (descarbonização), exceto as empresas de tecnologia.
Empresas de tecnologia que desenvolvem software não podem mitigar suas emissões de carbono em suas cadeias de suprimentos.
Por quê?
Empresas de tecnologia dependem de energia elétrica para criar produtos e serviços digitais. Embora os funcionários que trabalham nessas empresas façam parte do mundo natural, a indústria de tecnologia em si geralmente tem interação direta limitada com a natureza, exceto quando seu software é projetado para uso em indústrias que se relacionam com o meio ambiente natural.
Portanto, a única maneira para as empresas de tecnologia mitigarem suas emissões de CO² é principalmente comprando compensações de carbono de outras indústrias.
Então, a maioria das compras de compensação de carbono no mercado de carbono virá da indústria de tecnologia nos próximos anos.
Por outro lado, em todos os outros tipos de indústria, é possível gerar "Remoção de (CO²)" por meio do mecanismo de descarbonização e projetos sustentáveis.
Tudo o que você precisa fazer é mapear as fontes de consumo de energia em sua cadeia de suprimentos, quantificá-las e começar a desenvolver alternativas sustentáveis que podem ser mais caras a curto prazo, mas que gerarão "Remoção de (CO²)" a longo prazo, às vezes, até gerando um excedente que pode ser vendido no mercado de carbono.
Depois de entender quanto CO² sua empresa está emitindo, tudo o que você precisa fazer é medir quanto suas emissões estão diminuindo com as novas tecnologias e processos que você implementou. A quantidade resultante será o seu suprimento de "Remoção de (CO²)".
Por outro lado, se você é uma empresa diretamente relacionada à natureza, como empresas agrícolas, então você está em posição de gerar muita "Remoção de (CO²)" e até transformá-la em um modelo de negócios potencial. Culturas e plantas crescem absorvendo carbono da atmosfera e armazenando-o no solo, isso significa que adotar métodos sustentáveis de cultivo e medir os dados em seu solo pode permitir que você lucre com algo que você já está fazendo, mas que não pode ser monetizado ou negociado porque, embora a "Remoção de (CO²)" esteja sendo gerada, não está sendo medida e não pode ser validada nem vendida.
Acordes
Essa é uma música da minha banda favorita quando eu era adolescente.
Barulhenta, né?
Há muitas palavras nestas letras e a maioria de suas músicas fala sobre o estado atual da sociedade e do meio ambiente.
Quando tudo se resume
Você vai dizer que fez
Tudo o que podia?
Quando tudo se resume
Você pode dizer que nunca desistiu?
Ou estava só de pé
Assistindo tudo desmoronar?
No fim do dia, todos temos um eco-terrorista dentro de nós, mas chegou a hora de ser mais consciente da natureza.
Simplesmente porque estar consciente da natureza é a mesma coisa que estar consciente de nossa origem orgânica.
E estar verdadeiramente consciente de nossas origens é o que sempre nos impulsionou a ser melhores para aqueles que vieram antes de nós e fizeram tudo possível.
Distingua o que são mentiras do que é verdade.
Você sabe.
Distingua o que é real do que é sintético.
Você sabe.
Perceba que você, a terra e os outros humanos são plural.
Ubuntu.
Esta é uma filosofia indígena africana.
"Eu sou porque nós somos."
"Eu sou porque você é."
Apenas tenha em mente o seguinte:
A tecnologia é binária e sintética. Sua vida é singular e orgânica.
Abrace-a.
Lhe proteja.
Sobre o Autor
Thiago Patriota
Nascido em 1996. Brasileiro de coração e criação. Bacharel em Publicidade e Comunicação. Adepto do autodidatismo. Alma curiosa. Autor publicado. Fundador da Agency.
Isso é um resumo sobre mim, mas você pode saber mais sobre a Agency na página Sobre!